Está enfrentando problemas? Pois saiba que você pode contar conosco! Entenda como conseguir ajuda psicológica na Austrália

Nosso blog traz hoje pela primeira vez uma entrevista, onde a psicóloga Fernanda Serra de Queiroz vai nos ajudar a entender um pouco o que acontece com o estudante internacional e dar algumas dicas. A Fernanda, que já mora há 10 anos na Austrália, é brasileira e atende em Brisbane em consultas com hora marcada.

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"Antes de começar a responder às perguntas, é importante ressaltar que cada caso é um caso. Não existe um modelo. A experiência de cada um varia muito de acordo com a situação da pessoa na Austrália e também no Brasil. As minhas respostas aqui são baseadas nos casos que eu observo no consultório e também na experiência pessoal de morar fora", nos explica a psicóloga.


Muitos acreditam que durante o primeiro/segundo mês do intercâmbio o estudante ainda está na fase onde tudo é "festa" e que só depois vem a extrema saudade de casa, muitos sentem solidão e, que só depois de alguns meses isso começa a amenizar. Você concorda com isso ou na sua percepção existem outros cenários mais comuns?

Pela minha experiência, eu acho que os primeiros meses não são só de festa não. Na verdade, eu acho o primeiro mês o mais difícil: este é o momento em que os estudantes ainda estão se adaptando com a vida na Austrália. Para muitos, esta é a primeira experiência no exterior: transporte, alimentação, acomodação, é tudo novo. Quando as coisas começam a se ajeitar, depois de alguns meses, é que o intercambista começa a aproveitar realmente a experiência. Isso acontece por que o inglês vai melhorando, o estudante vai se sentindo mais confiante nas atividades do dia a dia. Fazer amizades no novo país normalmente demora um tempo, até achar um grupo que o estudante se identifique, que compartilhe interesses comuns. A saudade do Brasil não tem hora para começar. A saudade pode acontecer quando um amigo volta para o Brasil ou muda de cidade, ou durante as festas de fim de ano. Mas podemos dizer que, em algum momento ou outro durante o intercâmbio, é normal sentir saudade.


Além de se sentir sozinho, o que mais costuma acontecer com o estudante internacional?

As dificuldades que o estudante internacional enfrenta no novo país estão em grande parte relacionadas com a reconstrução da vida na Austrália, novos amigos, novo trabalho, ou seja, tudo começa do zero. Por exemplo, a questão profissional pode ser um pouco difícil para o intercambista. Tanto para os que decidem trabalhar na mesma profissão que tinham no Brasil quanto para os que se aventuram em novas ocupações. Aparecem nessas horas inseguranças em relação ao nível de inglês, adaptação com a cultura do ambiente de trabalho, problemas com os colegas de trabalho e as diferenças da profissão no novo país.

Também é importante lembrar que quando a pessoa se muda para outro país os problemas que ela tinha no Brasil vão junto com ela. O que era difícil no Brasil continua difícil aqui, se a pessoa sofria com ansiedade no Brasil vai provavelmente sentir este sentimento na Austrália. Quem tinha inseguranças em fazer novas amizades no Brasil, vai encontrar esta dificuldade novamente no outro lado do mundo. O grande objetivo da terapia é ajudar o estudante a observar esses padrões de comportamento antigos. Esses padrões são construídos durante a nossa história, e, às vezes, é difícil ter consciência de como eles podem estar atrapalhando o nosso dia a dia.


Caso o estudante sinta solidão ou qualquer outro sentimento negativo em função de estar longe de casa, existe algum exercício de respiração e/ou relaxamento que possa ser feito?

Eu gosto muito de recomendar aos meus clientes meditação e sites que ensinam mindfulness (capacidade de se concentrar nas experiências, atividades e sensações do presente). Uma coisa que eu falo para os meus clientes com frequência é que sentimentos que chamamos "negativos" fazem parte da vida. Às vezes, vamos sentir tristeza, ansiedade, saudade. Através da meditação, mindfulness e terapia é possível aceitar e aprender a lidar com a existência desses sentimentos. Eu explico também o porquê desses sentimentos, a neurociência por trás das nossas emoções.

Em relação à solidão, a melhor estratégia é ser proativo, é difícil fazer novas amizades se você não sai de casa. Eu normalmente converso com o estudante sobre quais as barreiras que o estão impedindo de conhecer novas pessoas. Às vezes, é o medo de não ser aceito, de as pessoas o julgarem. No momento em que o estudante acha um grupo de amigos em que ele confia e se sente bem, a vida na Austrália fica muito mais fácil e satisfatória.


Fernanda, psicóloga brasileira - atende em Brisbane

Você acha válido assistir palestras motivacionais? O quanto isso pode realmente ser útil?

Eu normalmente não sugiro palestra motivacional. Mas também acho que se funciona para você, continue fazendo! Eu não sugiro palestra motivacional por alguns motivos. Primeiro, por que a maioria das pessoas já tem motivação para fazer as coisas. Quem não quer ser mais feliz, mais produtivo, ou ter mais sucesso? O problema é não saber como fazer, não saber como controlar a ansiedade, não saber lidar com os pensamentos negativos, ou ficar preso em padrões de comportamento não muito positivos. Outro motivo pelo qual eu não recomendo palestras motivacionais é por que infelizmente existem muitos charlatões que dizem trabalhar na área da saúde mental, mas na verdade estão se aproveitando do momento difícil pelo qual a pessoa está passando. Eu acho que existem muitos recursos positivos na internet, como por exemplo os sites que possuem exercícios de mindfulness. Outra boa dica é procurar sites de organizações que promovem saúde mental como lifeline, beyond blue, blackdog ou headspace.


E como um psicólogo poderia ajudar essa pessoa?

O psicólogo pode ajudar de várias formas dependendo sempre da situação da pessoa. Às vezes, apenas ser ouvido é fundamental, compartilhar o que você está passando sabendo que não será julgado é em si muito terapêutico. O psicólogo pode ajudar a observar padrões de comportamento que podem não ser muito positivos. Identificar pensamentos que não estão ajudando o cliente, como "ninguém gosta de mim", "eu não sou bom no que eu faço", "se eu tentar algo diferente eu vou fracassar". E ensinar maneiras de lidar com os sentimentos negativos, momentos de crise e situações de conflito.


Como você acha que o estudante pode lidar com a pressão de ter que estudar e trabalhar para se sustentar?

Esta é uma pergunta difícil, pois eu sei o quanto os estudantes trabalham. O que faz a diferença nessas horas é ter um objetivo claro, por exemplo: "eu estou trabalhando agora pois quero guardar X para pagar o meu curso", ou "quero fazer uma viagem", ou "estou ralando aqui na Austrália pois quero ter um diferencial para quando eu voltar para o Brasil". É este objetivo que vai te ajudar a sair da cama às quatro da manhã. Os problemas começam aparecer quando o intercambista não sabe qual a motivação por trás atrás das suas ações. É importante ter metas de curto, médio e longo prazo.

Outra coisa importante é tentar prestar atenção na procrastinação, muita gente acaba apertada em seus prazos pois desperdiça tempo com besteira. Minha dica é sempre fazer a obrigação primeiro (estudo ou trabalho) e depois receber a recompensa, ou seja, "depois que eu estudar por 1 hora eu dou uma checada no meu Facebook". A maioria das pessoas faz o contrário, aí acaba estudando quando está cansado. Ou fica assistindo Netflix com peso na consciência pois deveria estar estudando. Minha dica para se ver quanto tempo é perdido nas redes sociais é baixar um aplicativo que calcula o tempo gasto nestas plataformas. Eu gosto bastante do aplicativo chamado antissocial.

Um mito que não ajuda muito é a ideia de que se precisa um dia inteiro de estudo. Essa não é uma boa estratégia, o ser humano não consegue focar em uma coisa só por muito tempo. O que normalmente acontece em um "dia inteiro de estudo", é que no final serão umas 2 horas produtivas e o resto procrastinação. Não se precisa de um dia inteiro, se você conseguir estudar 1 ou 2 horas por dia já está ótimo. Então mesmo depois do trabalho, dá para encaixar um pouco de leitura, ou começar a preparar o esboço do dever de casa da escola.


Fernanda complementa explicando um pouco como funciona o reembolso do valor da consulta. "Para os estudantes recém-chegados, vale avisar que existem algumas maneiras de ter acesso ao atendimento psicológico com preço reduzido. O sistema de saúde Australiano é um pouco diferente. O Medicare (Sistema de saúde público Australiano) dá direito ao reembolso de parte do valor da sessão de terapia. Esse benefício pode ser utilizado por até 10 sessões. O seguro de estudante (OSHC) tem um reembolso parecido ao Medicare, o valor do rebate também é de 84,80. Para acessar esse rebate, a única coisa que o estudante precisa fazer é visitar um médico clínico geral (GP) que irá dar um encaminhamento (referral) para o cliente".


E para quem gostaria de marcar uma conversa com a Fernanda, os cotatos dela são telefone: 0422 589 401 e email: f.serradequeiroz@yahoo.com


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